segunda-feira, 30 de julho de 2012

Redes sociais e patrimônio moral: você de dono da sua imagem?

O que nossos perfis eletrônicos revelam sobre nós? O quanto as empresas e instituições se utilizam dos nossos perfis disponíveis nas redes sociais para contratar, demitir ou promover? Qual o grau de relevância da exposição dos nossos dados e informações na escolha e observação dos cibercriminosos para fazer suas vítimas?

A internet e, em especial, as redes sociais tornaram-se instrumentos de comunicação e divulgação poderosíssimos e influentes no modo de vida moderno.

Os perfis sociais, como “binóculos virtuais” nos expõem de forma muito mais incisiva e profunda do que imaginamos e queremos.

Empresas e instituições se utilizam dos perfis sociais existentes sobre cada indivíduo na rede para adotar decisões corporativas, tais como, contratar, demitir, promover entre outras.

Os criminosos também se valem das nossas informações postadas, compartilhadas, curtidas ou difundidas, muitas vezes por terceiros (denominados “amigos”), para escolher a melhor forma, data e local para cometimento de crimes.

O mais terrível e assustador de tudo isso é que os maiores responsáveis pelo conteúdo do nosso perfil eletrônico somos nós mesmos! A esmagadora maioria do que há nas redes sociais sobre nós ou a nós vinculados foi para lá por obra (ou desídia) nossa!

Quando postamos uma foto, compartilhamos uma notícia, curtimos uma página ou uma postagem, desconsideramos as possibilidades de compartilhamento e acesso presentes e existentes nas configurações de privacidade. Entre outras coisas, estamos diretamente moldando nosso perfil na grande rede.

Pensar antes de postar, curtir ou compartilhar; utilizar as ferramentas de proteção e privacidade disponíveis na web; adotar posturas sensatas e condizentes com nosso caráter e personalidade quando interagimos na rede são cuidados essenciais para todos nós que possuímos perfis e utilizamos estas redes de comunicação.

Atentar para os elementos de segurança e preservar nosso patrimônio moral, pessoal e patrimonial são ações necessárias para angariar um bom relacionamento virtual que, com certeza, refletirá, de forma positiva ou não, em nossas vidas reais.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Plano de continuidade negocial: essencial ou diferencial?

Estivemos, nos dias 02 e 03 de julho p.p., no 3º GRC International realizado no Hotel Renaissance em São Paulo, Capital e promovido pela empresa DARYUS em parceria com várias instituições e organizações apoiadoras como a CLAVIS, John Richard, Open Space, Syrius, Sikur e BMW.

Nos dois dias de evento muito se debateu acerca da importância do GRC (em inglês, governance, risk and compliance), e do Plano de Continuidade Negocial das empresas como pontos estratégicos para a manutenção de uma marca, produto ou serviço no mercado atual, globalizado, automatizado e permeado, em todas as suas esferas, pela Tecnologia da Informação.

Partindo-se dos debates e propostas apresentadas pelos palestrantes e debatedores surgiu a necessidade de uma importante reflexão sobre como tal tendência recente, de integração das áreas de conhecimento de Gestão de Riscos, Governança Corporativa e práticas de auditoria e controle busca garantir a conformidade com leis, regulamentos e imposições de padrões e como consolidar dentro de um único modelo, integrado racionalmente e eficazmente, cada um dos pontos antagônicos deste processo.

Nesse cenário, o GRC (governança, riscos e conformidade) necessita ser compreendido a partir de uma visão holística, afastada do sempre tendencioso vício empresarial de se separar cada um dos seus termos.

A importância, cada vez maior, de controle e transparência sobre os riscos, impacta de forma relevante esta reflexão, proposta à medida que se busca dinamicizar e sedimentar os diversos elementos presentes na organização empresarial, antecipando-se e prepando-se para os possíveis cenários de incerteza negocial.

Neste contexto os elementos componentes do plano de GRC como segurança (física e das informações), normatizações, gestão de projetos, produtos, marketing, vendas, atendimento, entre tantos outros, passam a ser encarados como um conjunto que precisa ser sólido e coeso para o sucesso do negócio como um todo, pois surge a necessidade de se buscar a completa integração da organização em torno de um modelo único.


Com isso se almeja evitar gastos com controles redundantes, conflitos na tomada de decisão e facilitação do alinhamento com os negócios, além do enfrentamento dos eventuais problemas de forma concentrada e controlada.

Para se criar um Plano ou Programa GRC é fundamental ter em mente que se faz sumariamente relevante que os setores de Recursos Humanos e Jurídico façam parte da discussão, elaboração, implantação e supervisao do projeto, como verdadeiros parceiros do Auditor ou Gestor de Riscos.

O segundo elemento essencial para o sucesso de uma Plano GRC é o envolvimento das pessoas; todas as pessoas que de alguma forma fazem parte da organização, sem exceções, devem poder colaborar com a elaboração do plano, participar ativamente da sua implantação, compreender e incorporar seu motivo determinante e permear a avaliação de seu desenvolvimento.

Por fim, deve-se compreender a Governança como a forma com que as decisões são tomadas nas organizações; o Risco como o efeito das incertezas nos objetivos, relacionando então a probabilidade de um evento ocorrer e os possíveis impactos do evento nos objetivos de negócio e a Conformidade como explicitadora do quanto a organização está adequada a normas, legislações, procedimentos e boas práticas, recomendaveis ou obrigatórias.

Partindo-se disso, decorre a relação existente entre todas estas áreas de conhecimento, já que leis e normas são desenvolvidas para proteger interesses diversificados. Os procedimentos devem garantir que os resultados da empresa sejam os melhores possiveis, de acordo com a expectativa de seus acionistas e a estratégia da empresa deve ser implementada de maneira transparente e constantemente comunicada a todos os impactados. Ademais, para garantir a correta medição dos indicadores, a manutenção da estratégia e a tomada de decisão com base em indicadores apropriados e por pessoas apropriadas, a organização lança mão de controles, que evidenciam cada passo importante da operação e gestão da empresa.

Os benefícios que se verifica geralmente, após a implantação de um programa GRC, são, entre outros: 1. Redução de custos causados por redundância nos controles internos e processos da organização; 2. Melhoria da integração entre as áreas e por conseqüência diminuição dos custos com a Gestão da Informação; 3. Aumento significante da eficiência das diversas ações de melhorias já em curso nas empresas; 4. Aumento do grau de previsibilidade de riscos; 5. Aumento da transparência entre as gestões internas e partes interessadas externas da organização; 6. Melhoria da sensibilidade da organização a respeito de incertezas; 7. Aumento da competitividade e melhoria na capacidade das organizações inovarem em ambientes dinâmicos e incertos; 8. Maior resistências das organizações a crises de mercado.

Disso tudo podemos concluir, sem contudo esgotar, que, minimamente, as empresas e organizações, sejam elas pequenas, médias ou grandes necessitam, urgentemente, se ainda não possuem, desenvolver ou, ao menos, iniciar a necessária reflexão sobre a importância do Plano de Continuidade para seus negócios, sob pena de se verem à deriva neste imenso mar globalizado de informações.

Descobrir o motivo do seu negócio é a chave do sucesso. Entender como descobrí-lo é o objetivo do Plano de Continuidade, calcado no tripé governança, riscos e conformidade.

Dayane Fanti. Advogada responsável pela área de Assessoria Jurídica em Novas Tecnologias no escritório Martins Rangel Garcia Advogados em Sao Paulo.